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Fuga

Esqueci como se faz poesia, só consigo lembrar do teu nome, ele ecoa em meu peito noite e dia, aquecendo minha alma velha e rasurada, se prendendo ao meu corpo, pele em pele. Se canto, canto as memórias do teu corpo, se amo, amo a lembrança do teu olhar. Pudesse faria canção do último dia, dos teus braços envoltos em minha cintura, dos passos errados ao som do rio e do vestido caindo aos teus pés, da delicadeza do teu toque macio entre as miudezas guardadas para ti, só pra ti. Ah, tua mão prendendo meu colo, meu corpo em compasso, subindo e descendo sob o embalo molhado dos teus beijos em meu pescoço, o teu perfume se fundindo ao ar, natureza e nós em um canto só.   Não juramos nada, sussurramos a urgência do amor guardado, da fuga e dos planos não traçados da vida que decidimos viver.